7 Mar 2022
Ai como ela dançava
os pés não pousavam no chão
ai como ela deslizava sobre a madeira
como se fosse uma pena de garça
ela dançava e eu recuava para ela passar a dançar
deslizava e eu ao ver deslumbrava-me.
Sim a bailarina estava ali, ela bailava sobre o chão
os seus pés eram penas, tão leves que eu a via a voar
os seus pés eram penas, tão leves que eu a via a voar
sem parar, como ela é leve a bailar
o meu pensamento é que eu a quero só para mim
sim era só eu que estava ali
ao vê-la esqueci-me de mim, não dei pelo tempo passar
enquanto a bailarina continuava a dançar sem parar.
A dança da sedução que invade o meu coração
parece uma ave de rapina, que desliza sobre o chão
eu fecho os olhos e vejo a bailarina a dançar
é uma dança sem parar, como a dança da vida
de cada um de nós, esperamos que a dança traga
a esperança de eu a encontrar mesmo a dançar
para eu a agarrar e ela ser o meu par
sem nunca mais acabar.
Helena Lestre, Oliveira de Azeméis,
in “POESIA e preconceito”