A tomar lanço…

Helena Terra

Helena Terra*

Decorreu no passado fim de semana, em Santa Maria da Feira, o 39º congresso do PSD. Foi um congresso que serviu para afirmação do partido e para conferir força a Rui Rio, como candidato a primeiro ministro de Portugal. Um congresso que teve os seus momentos mais altos nas intervenções dos mais diretos adversários internos e do presidente da Câmara de Lisboa.
Luís Montenegro e Paulo Rangel fizeram discursos de apelo à unidade e de conforto ao líder, para a próxima batalha eleitoral de 30 de janeiro. Ambos deixaram claro que iriam participar ativamente na campanha ao lado do presidente do partido. Este apelo à união, como o grande motor da força, começou por ser feito por Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa que, dos discursos de sábado, foi o mais aplaudido e o que mais empolgou os congressistas. Carlos Moedas deu o exemplo daquela que foi a campanha das autárquicas para a Câmara da capital, como modelo a replicar nas eleições legislativas.
Deste congresso resultaram como conclusões marginais as seguintes:
- Miguel Pinto Luz é, depois deste congresso, o adversário interno assumido de Rui Rio.
- Os militantes quiseram ter um conselho nacional de jurisdição que não fosse alinhado com o líder do partido.
- E o conselho nacional do PSD é maioritariamente apoiante do líder, resultando tal maioria confortável do somatório de vários pequenos quintais que, juntos, formam uma quinta que obteve o voto de 371 delegados.
As últimas sondagens tornadas públicas e realizadas este mês, mas antes deste congresso, tinham um denominador comum — a queda do PS e a subida do PSD nas intenções de voto — isto, não obstante, o PS fazer melhor resultado que o PSD. Depois deste fim de semana, tudo leva a crer que o PSD venha para a rua com um novo elã e o seu líder mais confiante no resultado eleitoral de janeiro próximo. O PSD tem maiores tradições no que toca à sua capacidade de unir esforços e enterrar os machados de guerra interna nos momentos de combate eleitoral e, sobretudo, quando cheira a poder e, neste momento, no nº9 da S. Caetano, cheira imenso a poder.
Rui Rio continua a deixar claro que, caso seja o PS a ganhar as próximas eleições sem maioria, está disposto a viabilizar uma solução de governação e, depois deste fim de semana, vai impelir António Costa a que faça o vice-versa; ou seja, que diga ao eleitorado se está disponível para viabilizar no parlamento uma solução de governo, caso seja o PSD a ganhar as eleições sem maioria absoluta.
António Costa vai resistir o mais que puder a assumir posição pública sobre este assunto, mas creio que faz mal se o não fizer e, será penalizado pela opinião pública por isso. Uma solução de governação com apoio da esquerda radical foi possível, contrariamente ao que seria imaginável, mas teve o seu prazo de validade que, essa mesma esquerda fez esgotar e, também por isso, não é repetível.
O PSD está a tomar lanço e vai continuar em crescendo até 30 de janeiro e, lembremo-nos, de Carlos Moedas, recorde-se, nem as sondagens, nem os analistas previam que pudesse ganhar eleições!
* advogada
 

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