‘Acrescentar vida aos dias’ de doentes terminais
Concelho
A convite do padre José Manuel Lima, a Paróquia de Oliveira de Azeméis desafiou a médica Maria Manuel Claro Lopes, da equipa de Cuidados Paliativos do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, a falar sobre cuidados a doentes em fase terminal. A sessão foi transmitida online pela paróquia e pela Azeméis TV. “O desafio que me foi lançado foi falar de algo que me é muito caro: a minha atividade profissional. Conhece-se muito pouco do que são os cuidados paliativos”, afirmou Maria Lopes.
Marta Cabral
Na opinião da médica, um paciente com uma doença degenerativa tem o direito de viver da melhor forma e de se preparar para o ciclo de vida inevitável. “Hoje em dia, a morte tornou-se quase exclusivamente hospitalar, o que torna cada internamento um momento de distanciamento familiar. A medicina tem evoluído ao longo dos anos e fez com que a nossa relação com a morte seja de pânico, porque achamos que a morte não é natural ou que se trata de um erro médico”, declarou a profissional. “Curiosamente, a maior parte das pessoas, quando questionadas, diz preferir morrer em casa”, comentou.
Quando o doente se encontra numa fase de dependência questiona o sentido da sua vida e um dos pilares fundamentais dos cuidados paliativos passa pelo acompanhamento na sua agonia, de forma a aliviar o seu sofrimento. “Não adianta promover a esperança se o doente estiver com dores. Primeiro, os sintomas têm de ser controlados”, apontou. “O fim de vida no domicílio é possível, mas não é a realidade da maioria”, refletiu.
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