Autarquia prepara-se para segunda vaga de Covid-19

O tema da Covid-19 dominou a conversa na última reunião de Câmara pública, com o PSD a questionar o executivo sobre a eficácia das medidas tomadas pelo município, sobre como está a situação nos lares do concelho e sobre a localização do hospital de campanha que, a ser reativado, terá lugar no pavilhão da Escola Secundária Soares Basto. Antes do período da ordem do dia, o debate sobre o impacto da pandemia no concelho falou mais alto. O presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, começou por explicar que a autarquia está a fazer visitas técnicas às escolas, o que tem permitido determinar se os planos de contingência estão a ser bem aplicados. “Preocupamo-nos com o que se passa fora do espaço escolar e temos sensibilizado para a importância de reforçar o policiamento no sentido de induzir os nossos jovens a adotarem comportamentos mais responsáveis”, apontou o edil. Para além de possíveis contágios nas escolas (ver texto em baixo), Joaquim Jorge também declarou que tiveram conhecimento de casos positivos nos lares do concelho, apesar de não conseguir adiantar mais informações à exceção de que a situação está “relativamente estabilizada”. A vereadora do PSD Carla Rodrigues questionou o autarca sobre a gestão do plano de intervenção nessas instituições. “Não existem visitas técnicas da Segurança Social aos lares. Temos um representante que está a acompanhar os casos e, ainda esta semana, distribuímos mais de oito mil máscaras pelas nossas instituições particulares de solidariedade social”, respondeu Joaquim Jorge. “O balanço faz-se no fim e estamos muito longe do fim” Dada a evolução da situação epidemiológica no concelho, a oposição pediu ao executivo um documento que determinasse os valores despendidos com cada uma das medidas, pessoas e entidades. “É tempo de fazermos um balanço e percebermos a sua eficácia no terreno, até porque faz agora seis meses que aprovámos um conjunto de medidas excecionais no âmbito da Covid-19”, lembrou o social-democrata José Campos. Para Joaquim Jorge, “medir essa eficácia” é “fútil”. “Estamos a combater a sua expansão. O balanço faz-se no fim e estamos muito longe do fim”, justificou o presidente da Câmara. Carla Rodrigues (PSD) enfatizou o facto de, em 328 municípios, Oliveira de Azeméis estar nos primeiros 50 relativamente ao número de infeções. “Como é que o município se está a preparar para uma segunda vaga? Onde é que o hospital de campanha vai ser montado caso seja necessário? Está em cima da mesa a reativação da Covid-Drive?”, interpelou a vereadora. Em resposta, Joaquim Jorge realçou que a situação “não é uma competição” com outros municípios e que proteger os cidadãos de possíveis mazelas é o mais importante. “A Covid-Drive não está a funcionar, até porque as pessoas fazem os testes no Germano Sousa”, relembrou o autarca. “Em relação ao hospital de campanha, a minha decisão será fácil de tomar”, sublinhou, adiantando que se for necessário destinar “um pavilhão desportivo [Soares Basto], ou todos”, não hesitará. Para Carla Rodrigues, a resposta não foi satisfatória. “Achamos um erro instalar um hospital de campanha numa escola que está em funcionamento. Procure outras alternativas que não passem pelo espaço escolar”, sugeriu. “Por ter um excelente espaço é que teria condições para o efeito. Se estivermos errados, todos os municípios estão, porque estão todos a fazer o mesmo”, apontou o presidente da Câmara.