Contraditório
Opinião
Na última Assembleia Municipal, o senhor presidente da Câmara Municipal, em resposta a um deputado da oposição, disse que o PS difere do PSD e do CDS sobretudo na prática, na seriedade e na responsabilidade com que exerce a atividade política. Continuou invocando o passado (sempre o passado) e concluiu fazendo chacota do resultado eleitoral desse partido da oposição nas últimas eleições.
Ao protagonizar este momento lastimável, mas não inédito, o senhor presidente de Câmara esqueceu-se de princípios e valores que qualquer pessoa e qualquer político deveriam ter sempre presentes.
Esqueceu-se de que estava numa sessão da Assembleia Municipal, órgão máximo de representação dos oliveirenses, e não num comício político.
Esqueceu-se de que estava a falar na qualidade de presidente de Câmara e não na qualidade de líder partidário.
Mas esqueceu-se também de que já não é líder partidário, porque o PS tem uma direção democraticamente eleita.
Esqueceu-se de que seriedade e responsabilidade são qualidades de pessoas e não de partidos políticos ou instituições. Esqueceu-se de que a esmagadora maioria dos protagonistas políticos do momento em Oliveira de Azeméis nunca exerceram cargos de decisão pública, pelo que não são os destinatários das suas acusações.
Esqueceu-se, sobretudo, de que a seriedade e a responsabilidade não se apregoam. Praticam-se.
O senhor presidente de Câmara esqueceu-se do essencial:
- da consideração que os órgãos autárquicos e os seus membros lhe devem merecer, desde a Assembleia Municipal até ao executivo que o acompanha;
- da dignidade e exigência do cargo que ocupa;
- do respeito institucional pelos partidos políticos, incluindo o seu;
e:
- do respeito pelos seus adversários, que antes de serem políticos, são pessoas. Pessoas que se sentem e que são filhos e filhas de boa gente.
Carloa Rodrigues, Vice-presidente da CPS do PSD
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