Contraditório
Opinião
PSD
João Rebelo Martins *
Como social-democrata, identifico-me com um país onde o Estado seja um elemento que exerça o seu poder em tudo o que possa ser estrutural numa sociedade, por forma a manter o equilíbrio social e a imagem para o exterior; que tenha a mente aberta para a iniciativa privada; e que seja um regulador. Como a economia se comporta como as estações do ano, um Estado que seja flexível o suficiente para ser forte em épocas de crise, no Inverno, e deixar o mercado seguir o seu rumo em fases de crescimento, como é a Primavera e a altura das colheitas.
O Estado são as suas organizações e instituições, somos nós que pagamos impostos e que votamos em pessoas que vão usar da forma correcta os recursos disponíveis, promovendo o bem-estar geral.
Na social-democracia o que é importante são as pessoas e, por isso, é uma corrente ideológica que não deixa ninguém para trás.
A figura mais próxima que temos do Estado é, a meu ver, o poder autárquico. E o que referi aplica-se da mesma forma e na mesmo proporção. Estamos numa altura de crise, onde o Estado deve ser mais presente.
A CMOA desafiou recentemente a população oliveirense a vestir-se com trajes antigos e celebrar o Mercado à Moda Antiga. O Mercado à Moda Antiga era uma fonte de receita importante de associações que, muitas vezes, substituem o Estado na acção social, desporto, cultura popular, etc..
Qual foi o investimento da CMOA neste MMA? Só não é zero porque as pessoas da comunicação da CMOA ganham um salário e gastaram parte do seu tempo a fazer um post no Facebook com esta informação. A mesma autarquia cedeu o terreno do Grand Plaza, na rotunda do Rainha, para uma empresa construir um grande prédio e a comunicação do PS poder usar o argumento que resolveu um problema do passado.
Aqui, qual foi o investimento da CMOA? 1.000.000 €. Como social-democrata não posso aceitar um Estado que seja forte com os fracos e fraco com os fortes. E, infelizmente, é o Estado que temos.
* vice-Presidente da CPC do PSD
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