GNR chamada à Assembleia

Fajões Freguesias

Insultos e ameaças marcaram a última Assembleia de Freguesia de Fajões, após a apresentação e discussão do orçamento delineado pelo executivo para este ano, num valor total de 576.841 euros. O orçamento foi aprovado pela maioria, com três abstenções e um voto contra do líder da bancada do PSD, Jorge Paiva, tendo este chamado a GNR a intervir depois de ter sido alvo de ofensas por parte de um membro do público. Após a apresentação e discussão do orçamento (ver caixa), os ânimos exaltaram-se, com troca de ofensas entre um membro do público e o líder da bancada do PSD, Jorge Paiva, que chamou a GNR após ter sido intimado. “Estamos numa discussão do orçamento, eu tenho o meu ponto de vista democrático, não sou obrigado a alinhar na mesma linha de orientação da Junta de Freguesia”, disse Jorge Paiva. “Não posso admitir que ele [o indivíduo] me falte ao respeito a mim e aos meus familiares, com ameaças de pancada, e tiveram de segurá-lo”, esclareceu. Quanto às provocações, Jorge Paiva afirmou que iria apresentar uma queixa às autoridades competentes. “Fomos chamados ao local em virtude de estarem a decorrer uns desacatos”, explicou o comandante do Destacamento Territorial de Oliveira de Azeméis. “Teriam havido divergências que teriam levado possivelmente a algumas agressões”, esclareceu o capitão Telmo Gomes, contactado pelo Correio de Azeméis, adiantando que, quando os militares chegaram ao local, “ não verificaram nada”. Entretanto, desconhece-se se foi apresentada alguma queixa, ainda que os envolvidos tenham sido informados pelas autoridades de que terão um prazo de meio ano para o fazer. Obra do Centro Cívico prestes a arrancar Na última Assembleia foi apresentado e discutido o orçamento delineado pelo executivo para este ano, num valor total de 576.841 euros, sendo que três projetos em andamento, nomeadamente o Centro Cívico, a Casa Mortuária e o projeto para o Monte São Marcos, representam uma grande fatia dos 68 por cento referidos em investimento. O projeto do Centro Cívico “terá início nos primeiros meses deste ano”, informou o presidente da Junta de Freguesia de Fajões, Óscar Teixeira. “É mais investimento no desenvolvimento da freguesia, mais uma referência” no concelho, acrescentou. O tesoureiro, José Pina, explicou que pretendem “aproveitar o espaço e promover a qualidade de vida onde as pessoas podem fazer desporto e socializar”. O espaço terá uma praça, um café esplanada e no local do Centro Columbófilo nascerá uma zona de desporto, uma zona de lazer com bancos e um estacionamento. O social-democrata Jorge Paiva, durante a sua intervenção, protestou contra o lixo acumulado por toda a freguesia e para a necessidade de manutenção das ruas. O presidente da Junta explicou que já procederam a uma limpeza geral das ruas e que não existem possibilidades financeiras, mas que estão a trabalhar para colocar mais funcionários no terreno. Quanto à manutenção das ruas, Óscar Teixeira esclareceu que a situação se encontra adiada dada a possibilidade de iniciar um processo de criação de rede de água e saneamento, que cobrirá cerca de 80 por cento da freguesia. Ânimos exaltam-se durante a sessão Ouviu-se ruído dos membros do público, durante a intervenção de Jorge Paiva, quanto ao orçamento. “Senhor presidente, pela última vez, agradecia que o senhor impusesse a sua autoridade e mandasse calar quando eu falo. Principalmente de uma pessoa que vem para a assembleia de boné, devia ter educação”, disse Jorge Paiva. “Mas você fala ou não? Se não, passamos ao ponto seguinte”, respondeu o secretário da mesa de Assembleia, Pedro Vieira. Continuação de ruído do público. “Vozes de burro não chegam ao céu”, atirou Jorge Paiva a um membro do público. “(…) que tristeza”, respondeu o cidadão. “Como não acredito, vou votar contra [o orçamento]”, prosseguiu Jorge Paiva. Risos do público e dos membros da assembleia. “O riso, por vezes, sai amarelo”, retorquiu Jorge Paiva, dirigindo-se ao executivo. Membros do público respondem à discussão. “Cala a boca, és um incapacitado na vida”, disse Jorge Paiva a um membro do público. Troca de provocações continuam e o presidente da Junta de Freguesia, Óscar Teixeira, interrompe o público. “Esta Junta trabalha com isto que estamos aqui a apresentar, está tudo alinhado”, respondeu o tesoureiro, José Pina, às dúvidas de Jorge Paiva sobre a veracidade do orçamento. “O senhor trabalhou?”, questionou Jorge Paiva. “Trabalhamos (…)”, corrigiu José Pina. “O senhor tem de dizer que trabalham, isso é o senhor que pensa que trabalhou”, continuou Jorge Paiva. Gritos do público. “Tu vês uma pessoa que está aqui e que trabalha, não é como tu (…)”, pronunciou um membro do público. Gritos do público. “Arrebento-te todo, és um monte de m**** que anda aí, mete um (?) pela cabeça abaixo (…)”, continuou o membro do público depois de se ter levantado em direção a Jorge Paiva. “És engraçado”, respondeu Jorge Paiva. “(…) Aquele filho da p*** (…) para o hospital, tu não passes mais por mim filho da p***”, acrescentou o membro do público, exaltado. “É horrível, isto”, pronunciou Jorge Paiva ao levantar-se para chamar a GNR. “Ausenta-se da Assembleia”, diz Pedro Vieira, ao pedir silêncio a Jorge Paiva. Jorge Paiva reagiu ao sair da sala. “E você chamou-me palhaço”, reagiu Pedro Vieira. Ruído. “Isto vai dar chispa”, disse Jorge Paiva, em chamada com o agente da GNR. “Ui, vai dar chispa”, proferiram membros da mesa da Assembleia e do público, entre risos. Deu-se continuidade à Assembleia após cerca de dez minutos de desacatos. Entretanto, a GNR chegou ao local. Défice democrático “Desligue a câmara!”. Foi assim que um membro da mesa da Assembleia de Freguesia de Fajões se dirigiu à jornalista da Azeméis TV aquando do pico dos distúrbios. O ‘lápis azul’ foi abolido, deste que regressámos à democracia em 1974. A Lei assegura o livre acesso da imprensa a todos os atos públicos, não podendo ser impedidos ou condicionados no exercício das suas funções. O grupo de imprensa do Correio de Azeméis tem-se pautado por uma atitude de sensibilização dos poderes públicos para a sua missão. A compreensão e colaboração pelo trabalho dos nossos profissionais têm sido exemplar. Ganha a democracia, a transparência dos atos públicos, que a todos beneficia pelo conhecimento e escrutínio por parte dos cidadãos. Assim se acham mais esclarecidos e são mais participativos. Vamos acreditar que este insólito foi um caso isolado, fruto da alteração de ânimos naquela Assembleia de Freguesia de Fajões, e que não se voltará a repetir. EDUARDO COSTA, diretor Dívida de cerca de 135 mil euros Segundo a ata do Tribunal de Contas apresentada, a dívida da Junta é, atualmente, de 135.677,57 euros. José Pina esclareceu que o executivo tem-se esforçado para manter um equilíbrio financeiro na gestão da divida herdada do passado, negociando com os fornecedores. Ainda que tenham abatido cerca de 83 mil euros, foi acumulado um valor de 125 mil euros por processos antigos contra a Junta e que estão a contrapor em tribunal. Luz na Casa da Misericórdia “será uma prioridade” O fajonense Joaquim Silva realçou a necessidade de colocação de luz elétrica na via pública, perto do Complexo Social, tendo o autarca respondido que “se houver essa possibilidade, será uma prioridade”.   [embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=xBRf_AyMahw[/embedyt]

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