Mais cuidados por favor
Bilhete Postal
Eduardo Costa *
“Fiz o teste até 72 horas antes da hora do voo, que deu negativo. Quando cheguei a Portugal tive de mostrar o teste. Três dias depois, ligaram-me da ‘Saúde 24’ a solicitar que dissesse a morada onde ia estar, local onde tinha de permanecer confinado. Disseram-me que tenho de fazer teste cinco dias após a chegada e outro dez dias depois. Se derem negativo poderei sair de casa.”
O testemunho de um amigo que havia chegado do Brasil prova que estamos a ter melhor atitude na entrada de passageiros em Portugal. No Natal não houve esse cuidado. Aprendemos com esse descuido.
Contudo, o testemunho deste amigo não nos deixa completamente tranquilos ao conviver com pessoa chegada do estrangeiro. Muito menos quando vindos de países onde o estado pandémico está preocupante. Nada garante que nas 72 horas após o resultado do teste não tenha sido contagiado. Agravando essa possibilidade, passou por aeroportos e esteve uma dezena de horas no espaço fechado de um avião. Além disso, como apenas ligaram três dias após a chegada, “como não fui informado da imposição do confinamento, por 14 dias visitei a família e amigos”.
Conclusão que retiro: não me dou por inteiramente tranquilo. Nem o fica aquele que chega, preocupado em “não contagiar os familiares e amigos, tendo chegado de um país dos mais atingidos pela Covid-19”.
Ao correto discurso das autoridades para não relaxarmos, haverão de ser acrescentadas medidas que condigam com o discurso.
Todo o cuidado é pouco. Não queremos voltar a confinar, com medidas duras e prejudiciais à nossa qualidade de vida e à nossa economia.
* jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
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