Mercado tradicional vai acabar

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um debate organizado pelo grupo Correio de Azeméis/Azeméis TV/Azeméis FM, alguns dos comerciantes do Mercado Municipal falaram sobre o atual mercado, o mercado provisório e o Mercado Municipal que será requalificado, previsivelmente, num período de dois anos. Os feirantes entrevistados — José Tavares, Manuel Custódio e Paulo Ressurreição — consideraram que o mercado tradicional, tal como os oliveirenses e os comerciantes o conhecem, irá “acabar” com a implantação do novo mercado proposto pelo atual executivo camarário, e que “a cidade vai perder movimento”. Marta Cabral Feirantes não acreditam no novo modelo de mercado proposto pela autarquia Segundo os feirantes entrevistados pela Azeméis TV/FM, os mercados dos concelhos vizinhos, como São João da Madeira, Estarreja, Ovar e Albergaria, atraem clientes por causa da variedade dos bens que vendem — não apenas produtos frescos, mas também artigos não essenciais. Consideraram, ainda, que “não acreditam” que uma feira em Oliveira de Azeméis tenha “sucesso” na implantação de novos hábitos de consumo, uma vez que os clientes estão “habituados” a comprar tudo no mesmo espaço. José Tavares, Paulo Ressurreição e Manuel Custódio comentaram, dado que desconhecem a periocidade da feira [para os comerciantes de bens não essenciais] anunciada pela autarquia, que “irão perder cerca de nove mercados mensais”, assim como a ligação com os clientes. “De há uma década para cá, o Mercado Municipal está desmazelado. Concordo com uma segunda requalificação, mas não da forma como está pensada que é vender apenas produtos essenciais. Se for assim, enquanto feirantes, vamos todos para a rua. Os mercados vizinhos contaram com o apoio da autarquia, que fez obras em todos eles. Há uma diversidade de artigos nesses mercados que Oliveira de Azeméis não tem. Os presidentes de Câmara devem apoiar e estar ao lado dos comerciantes e isso parece não acontecer em Oliveira de Azeméis. Há, até, um certo desprezo e discriminação. Não nos sentimos acarinhados como em outros mercados em que participamos. Em relação ao nosso mercado provisório, julgo que a opinião de todos é unânime: foi o pior sítio em que nos podiam colocar. Em relação ao mercado requalificado, caso decidam colocar lá apenas produtos frescos, o Mercado Municipal vai acabar por morrer ali. O mercado tem que ter diversidade de artigos para continuar vivo. Continuamos sem saber como será o novo Mercado Municipal” José Tavares, comerciante no Mercado Municipal “Com esta mudança para o mercado provisório, já não teremos uma localização central. Falamos de um mercado bom para toda a gente, para os clientes e também para nós. O facto é que o mercado teria que ser mudado porque, de facto, os acessos não são os melhores. As montras são pequenas, tem poucos feirantes e tem pouca oferta. Claro que espero que a requalificação do espaço melhore a situação para todos. No entanto, ninguém nos informou de nada e a sensação que dá é que tudo está a ser feito em cima dos joelhos. Existe a logística da montagem de barracas e temos que saber onde serão os nossos espaços. No meio disto tudo, não há ninguém que nos esclareça… Se falam com os comerciantes dos bens essenciais, essa informação não chega aos feirantes. Nem dados sobre o presente, quanto mais sobre o futuro do novo mercado! Por este andar, o Mercado Municipal vai acabar por morrer e isto também é prejudicial para Oliveira de Azeméis e para a sua economia local” Paulo Ressurreição, comerciante no Mercado Municipal “O Mercado Municipal tem sido, de certa forma, esquecido pela autarquia. Em Oliveira de Azeméis, há um conjunto de fatores que colocam o mercado em situação de desvantagem e a pior delas foi na última requalificação do espaço há cerca de 25 anos, onde já se falava de facilitar a mobilidade às pessoas. Os próprios clientes têm as mesmas queixas que nós apresentamos, desde a falta de estacionamento até à mobilidade. Os clientes de Oliveira não gostam do mercado que têm! Um exemplo: quinta-feira é dia de mercado na Murtosa, uma vila pequena em relação a Oliveira de Azeméis. No entanto, há uma dinâmica grande naquela terra. Há clientes que me procuram em Estarreja; é flagrante a participação das pessoas neste mercado, oriundas das freguesias de Travanca e do Pinheiro. Uma requalificação é sempre interessante mas esta segunda empreitada deixa muito a desejar… A Câmara não foi capaz de chamar os feirantes para dizer-nos que o mercado ia sofrer obras; já nem digo pedir a nossa opinião, porque não somos técnicos nem arquitetos” Manuel Custódio, comerciante no Mercado Municipal   “Não vamos voltar mais para o Mercado” Ao longo da tertúlia com os comerciantes, o feirante José Tavares realçou que não percebia por que é que iam para o mercado provisório se, depois, não iriam ficar no mercado requalificado. Com nove mercados mensais, o vendedor enfatizou o facto de o negócio ser o seu “ganha-pão”. “Não vamos voltar mais para o Mercado Municipal, porque só vão vender bens essenciais”, afirmou José Tavares. Na relação com o cliente, Manuel Custódio considerou que os clientes vão acabar por se espalhar por outros mercados que não apenas o de Oliveira de Azeméis. “Sendo verdade que o vestuário, o calçado e outros bens não irão voltar ao Mercado Municipal, eu afirmo ao executivo que não tem ideia do valor da dinamização que uma cidade tem com um mercado a funcionar bem”, declarou. Para os feirantes, a junção de bens essenciais com outros não essenciais trás “movimentação” à cidade. “Uma coisa puxa a outra. O mercado vai perder muito se determinados artigos saírem de lá”, reforçou Paulo Ressurreição. Como vai ser o novo Mercado Municipal? O novo Mercado Municipal ocupará, apenas, o piso da parte norte do edifício, sendo que a Estação Multimodal de Transportes e o Salão Nobre ocuparão o piso inferior (na parte sul do edifício). No que diz respeito ao sistema de transportes, existirá uma área ‘Pick&Go’ e será construída uma entrada na parte lateral, em frente à Igreja Matriz. Os utentes usufruirão de uma sala de espera na futura Estação Multimodal de Transportes. Para além da própria área do Mercado Municipal, existirá também uma zona de restauração, onde as pessoas terão acesso a restaurantes. Numa reunião de Câmara pública, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, descreveu o novo mercado desta forma: “(…) estaremos perante um novo mercado, com um novo modelo de funcionamento, com novas respostas e, portanto, aquilo que vamos procurar fazer é algo como o que se passa um pouco por todo o país, que são mercados mais vocacionados para as carnes, peixes, legumes (…) Queremos um mercado moderno, um mercado inovador, como nas cidades europeias e que nós vamos construir também em Oliveira de Azeméis.”

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