Remodelação precisa-se

Helena Terra

Helena Terra * O governo de Portugal tem um conjunto de ministérios que revelam um enorme desgaste e que necessitam de substituir os seus líderes. O Ministro da Administração Interna há já muito não tem condições para continuar na tutela. Depois de tantos casos e tão graves, ninguém lhe reconhece qualquer autoridade e, politicamente, não há condições para esticar a sua permanência no cargo. A tradicional época dos incêndios está à porta e não podemos ter à frente das forças de segurança, dos bombeiros e da proteção civil alguém nas condições do Ministro Cabrita que, há já muito, deveria ter assumido uma atitude de grandeza apresentado a sua demissão. Com tudo o que já aconteceu, se o não fez, jamais o fará e, portanto, é preciso substituí-lo. A Ministra da Justiça tem a sua posição fragilizada desde a história do procurador europeu e esta fragilidade é de ordem interna e externa e há pastas governamentais, umas mais que outras, que não se compadecem com fragilidades. O Ministro da Educação é uma inexistência política e a educação determina, sobremaneira, o projeto de sociedade que queremos construir, além de que, após os estragos resultantes da pandemia, na educação vai ser necessário um esforço acrescido para recuperar tudo o que os nossos alunos perderam, sendo por isso imprescindível que tenhamos um Ministro da Educação com existência e peso político para o fazer. A Ministra da Saúde liderou o ministério, provavelmente, no período mais difícil da era democrática estando, naturalmente, cansada e desgastada. Mas continua a ser necessária muita frescura e uma enorme capacidade de liderança para tutelar a saúde nos próximos tempos. A pandemia continua a necessitar de resiliência dos serviços, mas as áreas que tiveram que suspender as suas normais atividades necessitam de arrojo para recuperar cirurgias, consultas externas e rastreios oncológicos e, além disso, necessitamos de alguém que tenha como objetivo o reforço e o investimento contínuo no Serviço Nacional de Saúde, porque a pandemia deixou absolutamente clara a necessidade dele. O Ministro dos Negócios Estrangeiros declarou publicamente a sua vontade de se libertar de funções governativas para regressar à sua vida profissional e académica. Terminada que está a nossa presidência da união, não há nenhum motivo para que tal não possa e não deva acontecer. Para além das razões de ordem sectorial aqui referidas, este é o calendário para que a remodelação aconteça o quanto antes. A campanha eleitoral para as eleições autárquicas está à porta e as fragilidades governamentais podem ser usadas como objeto de arremesso aos candidatos eleitorais do partido do governo. Por outro lado, a remodelação daria aos cidadãos uma maior confiança antes de um ato eleitoral, que tem sempre um enorme adversário comum para combater: a abstenção. O primeiro ministro disse por estes dias que não há nenhuma remodelação no horizonte, mas deve repensar esta proclamação porque alturas há em que a assunção de posições de força não revela autoridade, mas fraqueza autoritária. * advogada Dê a sua opinião: helenaterra@correiodeazemeis.pt

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