Televisão, sensacionalismo e depressão

Helena Terra

Helena Terra *

Hoje vou falar de televisão, ainda o fiz há pouco tempo, mas volto lá. Tal como eu, se calhar é cada vez menor o número dos que ocupam os seus tempos livres a ver televisão. 

Desde finais de novembro de 2019 começamos a ter notícias, várias vezes repetidas, do aparecimento do covid 19 em Wuhan. O vírus foi viajando e cedo se espalhou, tendo Portugal diagnosticado o seu primeiro caso em 02 de março de 2020. Entrámos todos em pânico por causa deste desconhecido do qual sabíamos apenas que era ou podia ser mortal. Em finais do ano de 2020 os hospitais e os serviços gerais de saúde começam a dar sinais de rutura e, tal rutura só não aconteceu porque, as outras doenças ficaram adiadas e, por certo, muitas delas acabaram em mortes por teste positivo covid sem que esta tenha sido a causa de morte.
Nessa altura, diariamente, era isto que nos entrava pela casa dentro saído da caixa mágica. As diárias conferências dos responsáveis nacionais do SNS que, se ao fim de uma semana as alinhássemos e fizéssemos o seu replay percebíamos que, numa semana, os tais responsáveis máximos tinham dito várias vezes uma coisa e o seu contrário. E percebíamos que, muitas vezes, a senhora diretora geral da saúde fazia o papel dos políticos da área da saúde, quando esse papel, além de lhe não competir, não lhe ficou, não lhe ficava, nem fica bem.
Portugal fechou-se na sua concha, porque nessa altura era a “cura” possível, sendo certo que, como é habitual em algumas situações deste tipo, muitos portugueses morreram ou ficaram doentes, não por via da doença, mas por via da cura e outros perderam tudo ou quase tudo o que tinham.
E, durante cerca de dois anos, foi isto que tivemos, gente que por via disso ficou só e morreu de solidão. Outras agravaram quadros depressivos de forma muito grave dos quais jamais se libertarão. Outros entraram em depressão sem historial anterior da doença.
Até que na madrugada de 24 de fevereiro, a Rússia de Putin iniciou a invasão da Ucrânia com os contornos e avaliações que todos conhecemos. A partir dai, não mais tivemos noticias covid19, os múltiplos virologistas e epidemiologistas que desfilavam nos ecrãs desapareceram. Atualmente, só temos repórteres portugueses nos mais variados cenários de guerra, alguns deles, a falar português de forma a envergonhar a nação. 
Mas há ainda uma outra opção, a dos programas sensacionalistas do tipo Big Brother dos famosos que juntam famosos de vário tipo, quanto mais não seja, junta gente de má fama, que é paga com excelentes cachets, ganha visibilidade pública, nem que seja por muito maus motivos e que, depois de saírem da casa, são verdadeiras estrelas. Começam a ser convidados e pagos para fazer aparições ou comparências, sendo que o nome depende do tipo de contrato e da pinta do estabelecimento, bem se vê. Destes famosos, saem mais paixões e problemas amorosos do que do “quem quer casar com o agricultor” ou outro do género, mas, além disso, saem novos artistas, mudando da área artística habitual, como é o caso de Bruno de Carvalho que virou ou regressou à anterior profissão pré Sporting que, para quem não sabe, é DJ e tem já uma agenda repleta de espetáculos… 
Com esta TV, consigo ter saudades dos programas de animação do Vasco Granja!
 * advogada
 

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