Visão de futuro
Opinião
Setembro chega em força e, pela primeira vez desde março, retomamos quase todos as nossas atividades. Muitas empresas e muitos trabalhadores deixam o teletrabalho, muitos professores e alunos regressam à escola, muitas creches e jardins de infância reiniciam atividades.
Se muitas coisas dependem da decisão do Estado e das autoridades de saúde, das medidas das direções das instituições ou das direções das empresas, neste regresso há uma parte que depende muito de cada um de nós e dos cuidados que teremos com os outros, sobretudo com os mais idosos. Com a passar do tempo os novos hábitos tornam-se normais e mais automáticos. Quando isto acontece quase sempre facilitamos procedimentos e aliviamos cuidados. Não é por mal, é porque é mesmo assim que funcionamos. Dou um exemplo simples: quantas vezes já nos aconteceu conduzir numa viagem qualquer e, de repente, não nos lembrarmos de uma parte do percurso que acabamos de fazer? Este fenómeno é cientificamente conhecido como hipnose de estrada.
O curioso deste fenómeno é que, apesar de não nos lembrarmos de nada, continuamos a fazer o que temos que fazer e, por isso, a conduzir normalmente. É a rotina da condução que acontece muito na autoestrada, por exemplo, que nos facilita este processo em que, aparentemente, não pensamos no que estamos a fazer.
Com a normalização dos comportamentos isso acontece com mais facilidade. É como entrar num sítio e não me lembrar se já passei nas mãos o álcool que está na entrada. Habituamo-nos facilmente a novas rotinas, mas neste caso vamos ter que fazer um esforço para que isso não aconteça. Estar alerta vai ser fundamental para lidarmos connosco e com os outros, numa tarefa coletiva de controlo desta pandemia.
Desejamos por isso a todos um bom regresso, especialmente a quem volta à escola e leva, depois de muitos meses, aquelas saudades dos colegas que só nessa idade se sentem.
Bruno Aragão, Presidente da Comissão Política Concelhia do PS
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