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Correio de Azeméis

28 Oct 2020

CEFAMOL apoia empresários

Concelho

A indústria de moldes não ficou indiferente ao impacto causado pela pandemia, tendo inclusive agravado uma situação que já se sentia há cerca de ano e meio, derivada da redução da produção e lançamento de novos modelos do seu principal cliente, a indústria automóvel. A CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes tem discutido e apresentado, ao longo dos últimos meses junto das entidades competentes, propostas de intervenção “que possam minimizar o impacto” desta situação nas empresas. No âmbito do trabalho Cluster Engineering & Tooling, a CEFAMOL apresentou várias propostas junto do Ministério da Economia ao nível laboral, do financiamento e capitalização das empresas e a adaptação dos projetos do Portugal 2020 a esta nova realidade. “Felizmente, muitas das solicitações, transversais a outros setores de atividade, têm, progressivamente, vindo a ser implementadas pelas entidades oficiais para serem disponibilizadas às empresas”, afirmou o secretário-geral da CEFAMOL, Manuel Oliveira, em declarações ao Correio de Azeméis. “Temos trabalhado no nosso plano de promoção internacional para o biénio 2020-2022, definindo novos calendários em função dos adiamentos ou alterações de datas das principais feiras internacionais”, acrescentou. Segundo os dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, alusivos ao ano de 2018, existem 84 empresas de moldes e 2.544 trabalhadores no concelho de Oliveira de Azeméis. As quebras verificadas pelos empresários oliveirenses, segundo a CEFAMOL, são as mesmas que muitas empresas de outras regiões enfrentam diariamente. “As empresas de moldes foram confrontadas com o encerramento temporário de muitos dos seus clientes, com suspensão de projetos, cancelamento de encomendas, propostas de alteração de contratos e, consequentemente, das condições de pagamento”, exemplificou Manuel Oliveira, explicando que o foco das empresas centrou-se na capacidade de cumprir os compromissos com os seus clientes e concluir as encomendas em curso. “Por outro lado, à medida que as restrições se tornaram mais fortes, o trabalho disponível foi diminuindo significativamente”, apontou, realçando que, nesta fase, as empresas focaram-se na garantia dos postos de trabalho e na obtenção de financiamento que possibilitasse não falhar os compromissos existentes com colaboradores, fornecedores e Estado. Apesar de todas as vicissitudes, a CEFAMOL registou, “com agrado”, que foi possível colaborar em projetos solidários e contribuir para a luta contra a pandemia, através da conceção de equipamentos de proteção individual ou elementos para dispositivos médicos, distribuídos a todos aqueles que lutavam na linha da frente. “Tal contributo demonstra as competências de adaptabilidade e importância estratégica do nosso setor e, por outro lado, a responsabilidade social e o seu envolvimento com a comunidade”, considerou Manuel Oliveira. CEFAMOL acredita que existirão “grandes oportunidades” para o setor Para a CEFAMOL, as perspetivas nesta altura ainda são limitadas, uma vez que a indefinição existente nas indústrias e nos clientes ainda é grande. “Para a indústria de moldes, que vive do desenvolvimento e conceção de novos produtos, será fundamental a retoma económica dos seus clientes que, por sua vez, estarão muito dependentes dos estímulos ao consumo, bem como dos níveis de confiança e capacidade financeira das famílias para aquisição de novos bens a que os nossos moldes dão forma”, descreveu Manuel Oliveira. A colaboração entre empresas em torno de objetivos comuns e, em alguns casos, a geração de massa crítica, serão fundamentais neste processo. A própria CEFAMOL terá “um papel estruturante nesta nova dinâmica”, promovendo “o espírito de coesão e cooperação em torno de iniciativas coletivas”, elemento essencial para que a indústria mantenha o posicionamento de excelência que atingiu no mercado.

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