Contraditório
PSD
João Rebelo Martins *
Peço desculpa aos leitores, mas tenho que voltar ao mesmo tema, o Mercado Municipal. Urge indignarmo-nos para que haja respeito pelas pessoas: comerciantes, clientes e todo o comércio tradicional da zona pedonal. As alterações que estão a ser pensadas para o Mercado, a forma como todo o processo está a ser gerido, a transferência provisória para o Intermarché, ditarão a morte daquele sítio enquanto espaço digno de comércio, de centralidade, de âncora a uma série de pequenas lojas, cafés e restaurantes, que tinham ali a garantia de que, pelo menos duas vezes por semana, existiam muitos mais clientes; da cidade e das restantes freguesias que vinham a Oliveira fazer as suas compras. Na última Assembleia Municipal, o sr. presidente da Câmara garantiu que tinha falado com os representantes dos comerciantes, que lhes foi explicada a mudança para as instalações provisórias. Alguém está a contar mal a história porque os comerciantes dizem algo diferente: ninguém falou com eles, lhes pediu opinião ou comunicou alterações; souberam pela comunicação social e pelo diz que disse; há dias foram escolhidos cinco comerciantes pela CMOA, às 10 da manhã, para terem uma reunião às 15h00, onde lhes foi comunicada a decisão do executivo.
Isto é ouvir? É envolver? É preocupar-se?
Será que o sr. presidente não tinha 10 minutos para se deslocar ao Mercado e falar com todos? Certamente iria ouvir muitas verdades, mas isso faz parte do cargo e da responsabilidade.
O que fez com esta atitude foi semear discórdia entre os comerciantes, entre os ‘frescos’ e as ‘roupas’, entre os de cima e os de baixo. Convocar comerciantes sem serem escolhidos pelos seus pares, para uma reunião onde não sabiam ao que iam e não se podiam ter preparado, estava à espera de quê?
Os comerciantes queriam ir para o ‘Mercado Provisório’. Mas como foi dito na última Assembleia Municipal, aquele espaço estará ocupado devido à obra da Martifer, certamente acordada com a cedência do terreno da rotunda. Sr. presidente, com a ânsia justiceira de resolver o seu problema com o passado, mata o futuro de Oliveira de Azeméis.
* vice-Presidente da Comissão Política do PSD
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