20 Jun 2022
Nuno Pires*
No estado atual em que se encontra o nosso país, torna-se ainda mais difícil compreender os resultados eleitorais das últimas legislativas ocorridas há menos de 6 meses.
Grande parte do que está acontecer em Portugal era expectável e a situação tende a ser pior.
Infelizmente, na última semana assistimos à queda da demagogia do governo na área da saúde, neste caso com o encerramento de urgências obstétricas. Ainda recentemente António Costa e Marta Temido faziam-nos crer que tudo estava a melhorar e que o SNS, apesar das dificuldades, oferecia um serviço com mais qualidade, algo que desde logo esbarra com a realidade de quem necessita destes serviços.
Por incrível que pareça o número de funcionários públicos aumentou (e bastante), atingido já um número superior ao período Pré Troika, e no entanto continuam a faltar pessoas em todo lado, nos hospitais, nas escolas, nos tribunais, nas finanças, nas conservatórias. Este é um exemplo de que para se resolverem problemas estruturais não basta colocar mais pessoas, são necessárias reformas mais profundas que permitam uma maior eficácia da gestão pública.
Por outro lado temos os preços dos combustíveis em valores “gritantes” com tudo o que isso acarreta para as famílias e empresas portuguesas, e o estado que diz ajudar muito com a redução (não eliminação) de um imposto que criou, continua a aumentar a sua receita através do IVA. Pela pouca contestação, parece-me que somos um povo resignado a um facto que pode e deve ser alterado.
Temos ainda a inflação que já vai nos 8% e que nos trouxe aumento de preços e quebra de rendimentos. O que “vale” é que o nosso governo vai dar o exemplo e aumentar o salários dos seus funcionários em menos de 1%…
Os juros já dispararam fazendo com que as nossas finanças públicas já estejam em alerta, mas pior do que isso é o impacto que as famílias e empresas sofrerão.
Não se avizinham tempos fáceis, mas nem tudo é mau, afinal temos um governo de maioria absoluta que não terá dificuldades em governar e implementar medidas que possam minimizar todas estas questões...
* Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Social Democrata