Crise política ou política em crise?

Helena Terra

Helena Terra *

Esta semana foi marcada por dois factos importantes na política portuguesa. O episódio entre o Ministro das infraestruturas e o primeiro ministro, Pedro Nuno Santos e António Costa. Foi um episódio que não ficou bem a nenhum deles. E do qual ambos saem mal.
A decisão que foi anunciada por Pedro Nuno Santos, já vinha tarde e, se é certo que, antes, os Governos do PS liderados por António Costa não tinham maioria e poder de decisão, agora temos um governo que tem que tomar decisões e não ir gerindo criticas e reagindo a problemas, graves e sérios, com a criação de comissões.
A tomada de decisão de avançar com a construção do novo aeroporto é anunciada ao fim do dia 29 de junho e, ao início da manhã do dia seguinte, 30 de junho, o primeiro ministro, revoga aquele despacho. Tomada esta decisão por Pedro Nuno, sobretudo fundamentada nas razões que apresentou nos noticiários dessa noite, o mesmo Pedro Nuno, em coerência, só podia ter-se demitido, mas não o fez. Não o tendo feito devia o primeiro Ministro António Costa tê-lo feito, mas não fez.
Ambos são responsáveis pela primeira crise governamental gerada, precisamente 3 meses depois do governo ter tomado posse!
Com isto, o país ficou a perder. O PS em geral ficou a perder, o governo ficou a perder, a democracia ficou a perder e, os dois envolvidos, Pedro Nuno e António Costa, nada terão a ganhar com isto. Ora, se é certo que para um deles a relevância é pouca ou nenhuma, para o outro é absolutamente relevante. António Costa não voltará a ir eleições no partido, nem nunca mais será candidato a primeiro ministro. Já Pedro Nuno Santos tem a ambição, legítima, de ser candidato a Secretário geral do PS e, depois disso, ser candidato a primeiro ministro.
Por outro lado, este fim de semana aconteceu o 40º congresso nacional do PSD. Quanto à composição dos órgãos nacionais, Luís Montenegro fez passar uma imagem de união do PSD, desde logo convidando,Paulo Rangel, de seguida a este Miguel Pinto Luz. 
Ouvi, na integra e em direto, o discurso de encerramento, conheço-o razoavelmente, porque enquanto, ambos deputados na Assembleia da República na X legislatura e membros da 1ª Comissão, trabalhámos diariamente os mesmos assuntos e, confesso que esperava mais deste discurso, quanto a propostas essenciais e concretas para o futuro do nosso país, desde logo porque o Luís será, em termos normais candidato a primeiro ministro de Portugal. O nosso país precisa de reformas urgentes em áreas estruturantes para o nosso futuro coletivo. A criação de riqueza que permita que possamos ter, em Portugal salários ao nível, dos que são pagos pelos nossos parceiros da UE. A reforma do Estado que passa, necessariamente, pela regionalização e ficamos sem saber, quanto a esta, o que pensa. A reforma e o reforço do SNS é inevitável. O Luís Montenegro é jurista de formação e advogado de profissão e sobre Justiça que tanto precisa de uma reforma urgente, nem uma palavra…
Achei curto, desculpa Luís!
* Advogada
 

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