“É preciso criar pontos de atração” no concelho

Concelho

Numa entrevista em exclusivo nos estúdios da Azeméis FM/TV, o presidente da Comissão Política Concelhia do PS fez um balanço autárquico da bancada socialista ao longo destes três anos. “O Partido Socialista tem feito aquilo que lhe compete: cumprir os compromissos do mandato e tentar transformar Oliveira de Azeméis, tal como dissemos na altura da campanha eleitoral, no melhor concelho para viver, investir e trabalhar”, declarou Bruno Aragão. Quando questionado sobre se considera que o Partido Socialista está a conseguir fazer aquilo que se propôs, Bruno Aragão respondeu sem hesitar. “O PS, quando entrou na autarquia em 2017, disso logo ao que vinha. Rigor e contas em ordem numa Câmara Municipal que esteve com um Plano de Saneamento Financeiro até este ano”, afirmou. “Nestes três anos, 30 por cento do empréstimo bancário contraído há mais de uma década foi pago com este executivo. Ao mesmo tempo, criámos condições para alavancar o concelho”, apontou, dando como exemplo a resolução de vários problemas que se arrastavam há anos, como o antigo Centro de Saúde de Oliveira de Azeméis, o antigo edifício das Finanças (junto à Igreja Matriz), a antiga Casa Sequeira Monterroso e o Parque Urbano, cujo projeto está feito e que deverá entrar em execução. Azeméis: um concelho com atratividade? Para Bruno Aragão, um concelho com condições de atratividade passa pela recuperação da rede viária. “Dezenas de estradas do concelho já não levavam alcatrão há dezenas de anos”, realçou. “Um concelho forte tem uma cidade com oferta e freguesias que se articulam com essa cidade. Por isso é que temos de recuperar a rede viária”, sublinhou, enfatizando a importância de criar centralidade nas freguesias. “Um exemplo disso é o Centro Cívico em Cucujães e a recuperação da estação em Cucujães, assim como a recuperação de uma das pontes que temos no Pinheiro da Bemposta”, enumerou, acrescentando: “Há cuidado com o espaço público e urbano e um investimento nas infraestruturas que criam as dinâmicas de que precisamos”. No entanto, o presidente da Comissão Política Concelhia do PS reconheceu que há um conjunto de respostas públicas que ainda não foram capazes de criar, ao contrário do que tem acontecido em municípios como S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e Vale de Cambra. “É preciso criar pontos de atração para que as pessoas se desloquem para ir à procura de lazer, serviços ou comércio”, admitiu. Bruno Aragão considerou, ainda, que quando os projetos do executivo socialista estiverem prontos, a cidade estará “totalmente transformada”. “Imagine o que é andar nas ruas pedonais, mais limpas, ver o edifício das Finanças recuperado, passar pelo edifício da antiga Mercantil também recuperado, ver um jardim com vida e aceder ao Parque Urbano. Ainda dentro deste percurso, o Caracas e a Garagem Justino dão uma vida enorme a toda a zona”, descreveu. Considerando que o investimento público, quase sempre, atrai o investimento privado, o socialista chamou a atenção para as construções privadas que começaram a surgir em Oliveira de Azeméis, como foi o caso do Burger King. “Os privados investem onde acham que é lucrativo e onde acham que compensa investir”, concluiu Bruno Aragão. Os seis compromissos do Partido Socialista Dos seis compromissos do PS – Vale Educação, apoio nos medicamentos à população idosa, apoio direto às freguesias, reduzir o IMI e a concretização dos projetos relativos ao Parque Urbano e à Praça Maior –, Bruno Aragão referiu que apenas este último não será cumprido. “Continuamos a trabalhar, mas a Praça Maior está prevista para um terreno que é privado. Temos duas soluções: ou compra ou expropria”, considerou, dando também como exemplo a Estalagem de S. Miguel. “Tentamos vendê-la, mas não apareceu nenhum interessado. Temos de continuar a tentar e esse é que é o verdadeiro compromisso de quem está na gestão”, enfatizou. Zona Industrial é atípica O tecido industrial é a marca distintiva de O. Azeméis e, para Bruno Aragão, existe um fator curioso. “Quando as pessoas se deslocam até Oliveira de Azeméis, a sensação que têm é que não encontram bem a zona industrial”, comentou. “Não é a zona típica que encontramos em muitos concelhos: devidamente estruturada, com acessos diretos e com estacionamento”, disse. Nos meses de março e abril, Bruno Aragão lembrou que o PS desenhou um conjunto de medidas para a Covid-19 e, numa delas, pretendia acelerar o investimento nas zonas industriais. “Quando se inicia o processo de recuperação do município, não se pode perder o comboio atual. O orçamento anual existe e o município tem de geri-lo e priorizá-lo”, garantiu. “Quando pensamos numa zona industrial, pensamos numa rede de zonas no concelho. Existe esta estratégia e há contactos de empresários para investir no concelho”, afirmou, sublinhando que o potencial do município sempre existiu, mas houve “debilidades” nas “opções de gestão pública”. Rede de água e saneamento: “O que está em cima da mesa não é rasgar o contrato” A rede de água e saneamento continua a ser um tema que move a comunidade oliveirense. Bruno Aragão recordou que, em campanha eleitoral, o partido nunca afirmara que iria rasgar o contrato quando chegasse ao poder. “Dissemos exatamente o contrário e que tínhamos um problema seríssimo. Quando aprovámos o contrato, na Assembleia Municipal em Macieira de Sarnes, o PS votou isoladamente contra aquele contrato”, declarou. “O que está em cima da mesa não é rasgar o contrato, mas sim estudar quanto é que custa o resgate e, apenas depois, dizermos aos oliveirenses aquilo que eles podem esperar”, descreveu, acrescentando: “A par da indemnização, temos de considerar o que temos de estruturar, até porque estamos a falar de cerca de 50 milhões de euros”. PS promete estudar diploma que permitirá revisão da agregação das freguesias Apesar de ainda não ser conhecido o diploma que poderá permitir a revisão da agregação de freguesias no país, Bruno Aragão sublinhou que, se o diploma for mau para o país e para Oliveira de Azeméis, votará “frontalmente contra”. “Digo isto olhos nos olhos. Neste mandato, já votei várias vezes contra o meu próprio Governo, que eu apoio incondicionalmente”, apontou. “As críticas que fazíamos a este modelo em 2012 cumpriram-se todas”, referiu, nomeadamente a “diminuição da proximidade entre os cidadãos e o Estado”, a “maior capacidade para gerir territórios não aconteceu” e a “poupança financeira”, em algumas Juntas, “não aconteceu”, até porque alguns “custos aumentaram”. Para o socialista, ouvir as pessoas é fundamental, porque são elas que, melhor do que ninguém, conhecem as suas freguesias. “Se sair um diploma, claro que vamos olhar para ele e discuti-lo para chegarmos a uma conclusão onde as pessoas percebem que quem ganha somos todos nós”, realçou o também deputado na Assembleia da República pelo PS.  

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