Onde fica a linha da frente?

Helena Terra

Helena Terra * Em tempos de pandemia muito se ouviu falar de linha da frente por referência ao pessoal da saúde que lutava contra a Covid-19. Agora, que se espera começar a retomar a normalidade, é necessário um esforço grande em toda a linha. Na saúde é forçoso que se recuperem as consultas das outras doenças, que se recuperem as listas de espera das cirurgias e os rastreios oncológicos, quer os concentrados quer os postos móveis que vão percorrendo o país. Além disso, é importante requalificar uma série de pessoal da área da saúde contratado para responder à pandemia para fazer o reforço do serviço nacional de saúde e compensar as saídas que no sistema vão ocorrendo. Na educação é forçoso que se recuperem as perdas provocadas pelas paragens e obstar às limitações emergentes do ensino à distância que penalizam, sobretudo, os alunos mais desfavorecidos. Nesta área é também tempo de repensar o ensino técnico profissional, com uma grande componente prática para apanhar as franjas de alunos que, ainda que não abandonem o ensino, ficam fora dele por falta de motivação para prosseguir um ensino teórico. Na justiça é imperioso que se reforcem os meios humanos e, ainda que temporariamente, se procurem novos espaços para a realização de diligências que permitam recuperar os meses de paragem no ano de 2020 e 2021, sob pena de afogarmos, irremediavelmente, os tribunais em pendências que caraterizam uma justiça que, por mais equitativa que seja, deixa de ser justa se não for célere. Na administração pública é necessário normalizar o funcionamento dos serviços e incutir o espírito do servidor público em todo o funcionalismo. Este é um aspeto muito importante desta fase que vamos viver, porque depois de toda a entropia que todos tivemos que suportar por questões de prioridade sanitária, não podemos ficar com a ideia de que os serviços públicos não potenciam o rápido fluir da satisfação de um vasto conjunto de necessidades há muito adiadas. Na economia é necessário executar a dita bazuca com um plano estratégico bem definido que promova a reindustrialização com foco na exportação. É imprescindível diversificar o mercado de procura turística do nosso país, apostando em novos mercados porque já percebemos, com o caso do Reino Unido, onde é que a dependência de mercados únicos nos pode conduzir. Em todos os setores de atividade é forçoso que nos orientemos para a inovação e para a inclusão dos cidadãos, sob pena de inovação significar exclusão. Urge o aproveitamento dos solos agrícolas de forma planeada e sustentada que permita diminuir a nossa dependência alimentar do exterior fazendo, em simultâneo, o aproveitamento da mão-de-obra disponível e a sua reorientação para o sector agrícola que é, como sabemos, altamente deficitário em mão de obra. - A linha da frente fica, pois, em várias frentes e em toda a linha! * advogada Dê a sua opinião: helenaterra@correiodeazemeis.pt

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