Orçamento 2021 “prevê um fortíssimo investimento”

Concelho

O orçamento municipal para 2021, no valor de 50,37 milhões de euros, foi aprovado por maioria com 20 votos a favor do PS, um do CDS-PP, um do independente, nove votos contra do PSD e do CDS, quatro abstenções do PSD e um do CDS. Já a aprovação das propostas que constam do relatório orçamental foram aprovadas por unanimidade. Na opinião do presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, este é “o melhor orçamento de sempre”. “É ambicioso e prevê investimentos em áreas estratégicas para o concelho, até porque pressupõe a resolução de problemas nas escolas, nas zonas industriais, na rede viária e na criação de parques verdes”, exemplificou Joaquim Jorge, acrescentando que, em simultâneo, irão contratar dezenas de recursos humanos para intervir no território de forma direta. “Este orçamento também reforça o investimento em todas as juntas de freguesia e alivia a carga fiscal das famílias”, acrescentou (ver caixa sobre Imposto Municipal Sobre Imóveis - IMI). O apoio às famílias por causa da Covid-19, assim como a ajuda às empresas e às coletividades, está igualmente contemplado no orçamento para 2021. “Este plano prevê um fortíssimo investimento que vai reduzir a dívida até ao final de 2021, até porque contamos com capitais próprios [17 milhões de euros], num total de 27 milhões de euros mais fundos comunitários”, descreveu o edil oliveirense, relembrando as informações que já tinha avançado na última reunião de Câmara pública. “É eleitoralismo à descarada” Após enumerar os investimentos camarários previstos para o Mercado Municipal, o Parque Urbano e o Fórum Municipal, o CDS-PP afirmou resolutamente que será “contra o atrofiamento do espaço urbano” e a “favor de uma cidade moderna e amiga”. “Há dois anos, dissemos que a cidade precisa e merece uma visão estratégica e, neste campo, pouco sabemos”, declarou Jorge Melo. “A rede viária vai continuar exatamente igual ao que temos hoje. Quem tiver de se deslocar à cidade, vai ter de esperar para 2025”, comentou, apesar de concordar com o investimento na educação, na iluminação concelhia e no posto da GNR. “Voltamos a repetir que os planos não contemplavam a criação de novas áreas empresariais e a requalificação das zonas industriais existentes, assim como o apoio aos empresários”, avisou Jorge Melo, complementando que o orçamento tem uma “verba certa”, como se “os votos fossem uma mercadoria”. “Não somos de memória curta. É eleitoralismo à descarada”, rematou o deputado. Para o PSD, o valor de 200 mil euros direcionados para apoios devido à Covid-19 é redutor. “Os bares, cafés e restaurantes precisam de apoio”, sublinhou Bruno Rodrigues. Albino Martins, do mesmo partido, concordou. “Não vemos ninguém a arregaçar as mangas para acudir às necessidades da nova realidade. No entanto, chumbaram as propostas do PSD em relação à Covid-19”, realçou. “No nosso entender, um dos aspetos mais relevantes é a atenção às pessoas. Por esse motivo, o PSD votará contra”, concluiu. Para o deputado do PS Bruno Aragão, o facto de a oposição votar contra não foi surpreendente. “O Plano de Saneamento Financeiro (PSF) deixou de ser um constrangimento. Pensar nas pessoas é não as condenar a dificuldades das opções que a autarquia faz”, observou, enfatizado o facto de o PSF ter “consumido os últimos anos”. “Carências em Loureiro” O presidente da Junta de Freguesia de Loureiro afirmou, na Assembleia Municipal, que foi com “satisfação” que viu algumas situações incluídas no orçamento municipal. “No entanto, dei conta ao Sr. Presidente da falta de saneamento básico em Loureiro. Carências numa terra tão empreendedora…”, alertou José Queirós. “Tinha esperança de ver espelhado no orçamento este problema, mas tal não aconteceu. Continuo com esperança de ver, em 2021, algum sinal claro de que este executivo está preocupado com este problema”, continuou. Em resposta, o presidente da Câmara, Joaquim Jorge, garantiu a resolução do problema. “Não é uma solução fácil e precisamos de muitas dezenas de milhões de euros em todo o concelho. Se fosse só a freguesia de Loureiro, estávamos bem”, considerou, dando como exemplo a rede de água em Ossela e Nogueira do Cravo. “Chegou a ser equacionada a freguesia de Loureiro, mas a tipologia do aviso não permitia que criássemos condições para que a freguesia fosse contemplada”, justificou, assegurando que Loureiro está no topo da agenda do executivo. “Confie em mim, é o que peço”, pediu o edil. Linha do Vouga suscitou discussão entre partidos A intervenção do Partido Socialista sobre a Linha do Vouga não deixou a social democrata Helga Correia indiferente. “Ver o PS preocupado com a Linha do Vouga nesta Assembleia Municipal… Durante algum tempo, o PSD falou sozinho sobre o assunto”, comentou a deputada. Bruno Aragão (PS) rematou de seguida as declarações de Helga Correia, afirmando que seria um “impropério de todo o tamanho” dizer que “só agora o PS se importa” com a Linha do Vouga. “Foi um tema que nunca fez divergir os partidos de Oliveira de Azeméis”, registou. A deputada da Assembleia da República mostrou-se também preocupada com as medidas previstas para a população oliveirense em termos da Covid-19. “Não basta a resiliência da população e dos empresários, Sr. Presidente. Esperam medidas concretas que foram tomadas na primeira vaga e que não se verificam nesta segunda vaga”, rematou. O líder do executivo garantiu que, desde o primeiro momento, aconteceu um trabalho de “completa colaboração” com as instituições. “Nunca encarámos a questão da Covid-19 como uma competição. Existem diferenças entre os políticos e essas foram evidentes nesta pandemia”, referiu Joaquim Jorge. “Estamos sempre ao lado das nossas instituições, até porque o que está em causa é socorrer a nossa população”, assegurou. “A suspensão da tarifa de água e de saneamento foi uma medida importante para as famílias. Sendo 2021 um ano igual em termos pandémicos, os oliveirenses vão contar com a mesma medida para o próximo ano?”. Bruno Rodrigues (PSD) “Essa resposta vai manter-se. Apesar de termos atribuída uma resposta em relação à pandemia, aquilo que importa é que se for necessário investir, investiremos”. Joaquim Jorge, presidente da Câmara Municipal “As perspetivas não são animadoras para os próximos tempos e faltam sinais de boa vontade nas despesas correntes”. Albino Martins (PSD) “O que me interessa é que este orçamento tenha uma taxa de execução completamente diferente dos orçamentos anteriores, uma vez que reconhecemos que a taxa de execução não era aquela que queríamos nos anos anteriores. Todas estas obras incluídas, ou pelo menos a maioria, já foram lançadas a concurso e as que não foram estão em fase de projeto”. Joaquim Jorge “Sr. Presidente, fiquei perplexo com a sua intervenção. Acabo por concluir que é um documento em que me é difícil acreditar naqueles números”. Jorge Melo (CDS-PP) “Sr. Presidente, para não passar em claro algumas insinuações que fez… Todos sabemos que o dinheiro está espelhado e que as prioridades não são aquelas que defenderíamos. É só por isso que votamos contra”. Albino Martins (PSD) “Questiona o que se vai fazer nas zonas industriais do nordeste (…). Em Oliveira de Azeméis, 350 mil euros. Nogueira do Cravo e Pindelo, 250 mil euros. S. Roque, 50 mil euros. Há razões para que invertamos as prioridades. Primeiro, temos a ETAR; a via do sudoeste não é uma prioridade para nós”. Joaquim Jorge “Finalmente, estamos a discutir obras e não dívidas. Finalmente, estamos a falar do passado, nem que seja para irmos buscá-lo há 20 anos”. Bruno Aragão (PS)

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