4 Jul 2022
Eduardo Costa *
Precisamos de imigrantes. Não há trabalhadores em vários setores. Restauração e indústria, sobretudo. Temos que criar políticas atrativas para imigrantes.
Uma das causas é o envelhecimento da população. Estamos em quarto lugar na Eurolândia. E a tendência é para agravamento. Dez mortos e 8 bebés. É esta a média atual. Em 2000, há vinte anos, foi ultrapasso pela primeira vez o número de idosos em relação a jovens. Em 2014 esse número era já de 140 idosos para 100 jovens. As Nações Unidos colocam Portugal entre os seis países do mundo a envelhecer mais depressa. Estima-se que em 2050, 40 por cento do número de habitantes seja o mais envelhecido. Seremos nesse ano o quarto país do mundo mais envelhecido. Cerca de 70 por cento será, em 2050, o número de pessoas idosas em relação às ativas. Daqui a 27 anos, um terço da população terá mais de 65 anos.
Este envelhecimento acelerado da população portuguesa tem um sinal positivo. Significa que as pessoas vivem até mais tarde, com essa tendência a acelerar também. Melhor qualidade de vida, portanto.
O que está menos bem é o número de crianças que nascem. Há quem defenda que a tendência pode ser contrariada com políticas agressivas de apoio à natalidade.
Mas, no curto prazo, o grave problema da falta de pessoas para ocupar os lugares vagos das nossas empresas, passa necessariamente por nos abrirmos à imigração. As dificuldades e a exagerada burocracia para recebermos imigrantes deve levar um abanão.
* Jornalista, Presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional