Privacidade ou combate à Covid-19?
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O que é mais importante: a privacidade ou o combate à Covid-19? A discussão está aí. O governo está a decidir se torna obrigatória a instalação nos telemóveis da aplicação ‘Stayaway Covid-19’. Isso significa que a todo o tempo se sabe onde estamos e onde estivemos. Perde-se a privacidade. Ganha-se na segurança em relação à transmissão do vírus. É uma opção. Ou melhor, era uma opção, pois, se a Assembleia da República aprovar a decisão do governo, passa a ser obrigatório ser rastreado pela aplicação do telemóvel.
Na China, concretamente na cidade onde surgiu o terrível vírus, aplicação semelhante é obrigatória. É uma imposição legal. O certo é que, para entrar num mercado, num restaurante, etc., é obrigatório mostrar a aplicação com o sinal verde. Se der amarelo não entra e tem que fazer teste. Talvez por esta e outras drásticas medidas os números apresentados pela China são surpreendentemente baixos.
Por isso, a decisão de obrigar ao uso da aplicação, que nos retira a privacidade, é polémica. O direito à privacidade fica comprometido.
Bem garantem as autoridades que a informação recolhida servirá apenas para efeito de deteção de infetados com quem nos cruzamos. Mas, o certo é que essa informação será recolhida e estará armazenada. Nada impede um qualquer hacker, da geração de Rui Pinto, de disponibilizar ao público essas informações privadas.
A pandemia tem que ser combatida à custa da perda de garantias de privacidade que tem os cidadãos dos países democráticos? Decisão difícil...
Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa regional
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