18 Oct 2022
Eduardo Costa *
O estado tem que despachar a TAP. A habitual entrega de dinheiro à companhia teve que parar. A Eurolândia pôs fim a essa prática.
No governo do período da Troika entregou-se a companhia a privados. Dizem alguns entendidos que foi entregue a um grupo sem capacidade para ‘dar a volta’ à transportadora. Mas, na altura deixou de ser um peso para o estado.
Entretanto veio diferente governo que decidiu nacionalizar metade da TAP. O estado voltou à transportadora aérea. Era importante assegurar uma companhia ‘de bandeira’. Foi essa a justificação.
Agora, três mil milhões depois, o estado quer voltar a privatizar a companhia aérea. Três mil milhões de euros que, esclareça-se, foram dados à companhia aérea saídos dos nossos impostos! Como a manta não estica, se calhar foram os hospitais que ficaram com menos dinheiro…
No presente, o estado não pode pôr mais dinheiro na TAP. Esgotou o montante que a União Europeia autorizou para um plano de reestruturação.
Até já se diz que a TAP está nos lucros! Bem, se a queremos vender, temos que ter a capacidade de convencermos que a galinha está de boa saúde… Compreende-se.
Mas, e se não aparece a alemã Lufthansa ou outra companhia forte a ficar com ela, o que vamos fazer? O estado não pode despejar mais dinheiro. O que vai acontecer a esta TAP que agora é a 100% responsabilidade do estado? Ainda nos arriscamos a ficar sem a companhia, sem a bandeira e com milhares no desemprego!
* Jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional