Vendedores sentem-se “discriminados”

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Na sequência da última reportagem sobre este assunto, a Azeméis FM/TV continuou a ouvir as preocupações dos comerciantes do Mercado Municipal no passado sábado. Em declarações ao nosso jornal, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis garantiu que o futuro e requalificado mercado irá albergar “o número máximo possível de comerciantes”, mas privilegiará “as respostas comerciais e a satisfação das necessidades” que atualmente são exigidas em mercados modernos pelos consumidores. Caso não seja possível acolher todos os vendedores, a autarquia esclareceu que procurará “privilegiar os que vendem bens alimentares, produtos frescos e essenciais”. Para a maioria dos feirantes entrevistados, não faz sentido ficarem separados mediante os produtos que vendem. Marta Cabral Há 45 anos que José Tavares trabalha no Mercado Municipal e é com revolta que visualiza o futuro relacionado com o espaço onde trabalha. Uma vez que o município oliveirense poderá privilegiar os vendedores de bens essenciais e que poderá, “caso o número de comerciantes o justifique e seja essa a vontade dos consumidores”, equacionar “a realização de uma feira”, o comerciante não concorda com essa hipótese. “Acho insuficiente, até porque vivo disto. Todos os comerciantes deviam permanecer juntos, até porque não nos queremos sentir excluídos”, apontou José Tavares, em declarações ao Correio de Azeméis. “Os nossos postos de trabalho têm que ser acautelados e é por isso que tenho receio do que possa acontecer”, explicou. Ao passar pelas bancas no passado sábado, a cliente Lurdes Ferreira exprimiu a sua solidariedade para com os comerciantes. “Frequento há 40 anos o Mercado Municipal, mas agora, com a mudança provisória de local, será complicado lá ir [ao parque subterrâneo do Intermarché], porque não tenho transporte”, afirmou a oliveirense, em entrevista ao Correio de Azeméis. “Estamos tão habituados, enquanto clientes, a ir a um único espaço onde encontramos de tudo… Sinceramente, um dia destes, o mercado vai acabar”, lamentou. A comerciante Rosa Ressurreição, com 35 anos de experiência na área, comentou que “não tem lógica” privilegiar os vendedores mediante o produto que tenham. “Sentimo-nos discriminados. O comércio funciona melhor se estivermos todos juntos”, opinou. “Não sei o que o futuro nos reserva, mas temo pelo fim do mercado”, concluiu.   “A divisão entre os comerciantes que vendem bens alimentares, produtos frescos e essenciais, daqueles que vendem vestuário ou calçado, não é sensata [no futuro Mercado Municipal requalificado]. As pessoas que compram os bens essenciais – a carne, as verduras, o peixe fresco – acabam por descer ao piso de baixo e comprar uma peça de roupa, toalhas ou sapatos. Acaba por ser um ciclo que ajuda toda a gente. Concordo que o Mercado Municipal seja requalificado para termos melhores condições a nível de acessibilidade, mas devíamos permanecer todos juntos. Numa ponta do mercado, os bens não essenciais, e na outra ponta, os bens essenciais. Um piso contínuo com tudo para nos complementarmos. Nós somos comerciantes que pagamos mensalmente para estar aqui e não nos deram nenhuma satisfação nem uma palavra [em relação ao parque subterrâneo do Intermarché, o local provisório do Mercado Municipal]. Todos deveriam ter dado a sua opinião e a maioria prevaleceria. Agora, levar-nos para um parque fechado há anos… Não acho bem”. Leandro Pinto, comerciante de Oliveira de Azeméis “As pessoas vêm ao mercado, reparam no produto fresco mas também se dirigem à parte do vestuário. Ou seja, uma coisa leva à outra. Agora, se no futuro Mercado Municipal, já requalificado, vão separar os comerciantes conforme os bens que vendem… Se estivéssemos todos juntos, era benéfico para ambas as partes envolvidas. Não sei se a realização de uma feira para os comerciantes que vendem vestuário ou calçado será uma solução, porque quando o cliente vem a um local, por norma não se vai deslocar para outro. É como o caso do local provisório do Mercado Municipal [parque subterrâneo do Intermarché]; não sei até que ponto a população se vai deslocar até lá, uma vez que não é um espaço localizado no centro da cidade”. Maria Lima, comerciante há 10 anos no Mercado Municipal “Uma divisão nunca deve ser feita [caso o futuro Mercado Municipal não tenha espaço para todos os comerciantes]. Há muitos anos que o mercado é constituído por comerciantes de vários ramos – seja de frescos, roupa, calçado, carne ou peixe – e acho que não faz sentido excluir ninguém. As pessoas estão habituadas a vir ao mercado e a ter um pouco de tudo à sua escolha. Se não existirem compradores, não há mercado. Ao faltar algo que estão habituadas a ver ou a comprar, podem achar estranho ou não concordarem. O que se nota é que todas as pessoas têm uma opinião sobre o assunto e escondem um bocadinho o que pensam; ou têm medo de falar ou não têm direito de antena. No entanto, é seguro afirmar que as pessoas estão descontentes com esta situação. O mesmo em relação ao parque subterrâneo do Intermarché [local provisório do Mercado Municipal], uma vez que considero que é um espaço completamente descabido. Não faço a mínima ideia porque é que escolheram esse local, até porque é bastante distanciado do Mercado Municipal atual. A maioria das pessoas está habituada a ir a pé até ao mercado e já não o vão poder fazer. Apenas acho que nós, comerciantes, devíamos ter sido ouvidos. Não há ninguém que concorde com isto”. Miguel Sousa, comerciante de Loureiro

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