Visão de futuro

Bruno Aragão * Está em revisão o Plano Diretor Municipal (PDM). Estes processos passam muitas vezes despercebidos, mas têm um enorme impacto na gestão municipal, nas oportunidades para a fixação de pessoas e empresas e na qualidade dos territórios 1. Oliveira de Azeméis teve um primeiro PDM em 1995. Um documento com imensas fragilidades que rapidamente se relevou desajustado. Aproveitámos pouco a experiência de outros municípios e, na verdade, esse primeiro PDM orientou muito pouco. 2. Com uma vigência legal de 10 anos, a 1.ª versão do PDM terminaria em 2005, momento em que deveria ter entrado outro PDM em vigor. Já poucos se lembram dessa trapalhada, mas esteve anos em revisão. Quase uma década. 3. Em 2013 entra finalmente em vigor o segundo PDM. 4. Previa, por exemplo, a conclusão das vias estruturantes e acrescentava algumas mais. A mais balada era a famosa via do sudoeste. 5. Previa, por exemplo, a transferência do Mercado Municipal, a título definitivo, para a Avenida D. Maria I, para os lados do Intermarché. Veja-se o que tem dito o CDS e o PSD sobre a localização provisória do Mercado para se perceber como não levam a sério estas questões. 6. Deixou de prever, por exemplo, a zona industrial de Costa Má, São Roque, que foi aliás desclassificada. Não se acrescentou mais nenhuma zona nova, apesar de hoje todos falarem da necessidade de espaço industrial. Muitas vezes o Partido Socialista traçou um cenário difícil do que foi a gestão pública no concelho, da forma como não acautelou o futuro e como não cuidou de preservar e de ir criando condições. A par das obras em curso, dos projetos já candidatados ou adjudicados, das reabilitações já concluídas, a definição do novo PDM é fundamental para o esforço de transformação do concelho. E, desta vez, no devido tempo, porque não há mesmo tempo a perder. * Presidente da Comissão Política do PS