ZI de Nogueira do Cravo/Pindelo é “indigna” e “degradante”

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EMPRESÁRIOS QUEIXAM-SE DO MAU ESTADO DAS VIAS E DA FALTA DE REDE DE ÁGUA E SANEAMENTO

O estado de “degradação” da zona industrial de Nogueira do Cravo/ Pindelo tem causado revolta por parte dos empresários que classificam o estado da via como “indigna”, “lamentável” e “degradante”. A proximidade à A32 representa um ponto forte e atrativo, mas as “más condições” das vias e a “falta de infraestruturas básicas, como a rede de água e saneamento”, sobrepõem e repelem possíveis investimentos. O Correio de Azeméis procurou ouvir alguns empresários que relataram o seu “desagrado” e, muitos deles, prejuízos financeiros indesejados.

Em declarações ao Correio de Azeméis, Artur Brandão, CEO da empresa Alumínios Brandão, diz que as estradas da zona industrial de Nogueira do Cravo/ Pindelo “não podem ser classificadas como estradas”, e nem sequer como “caminhos”. “O alcatrão daquele piso já lá está há 20 anos, e o que a câmara tem feito é tapar buraquinhos e tapar os olhos aos industriais”, considerou o empresário.
Artur Brandão relatou a “má imagem” que a falta de condições dá aos clientes que “não querem vir à zona industrial devido à via estar completamente degradada”. Para além disso, relatou “problemas com as transportadoras porque quando têm de vir levantar e deixar a mercadoria é um filme”. “Eu, pessoalmente, já tenho o meu carro completamente danificado e duas viaturas da empresa, uma delas rebentou o amortecedor e danificou o pneu numa cova”, confessou.  
O CEO da Alumínios Brandão considera que esta situação é um repelente para novos investimentos e para o desenvolvimento da zona industrial de Nogueira do Cravo/ Pindelo. “É evidente que esta falta de condições impede futuros investimentos de outras empresas na zona industrial. Nós, infelizmente, temos industriais que estão a fugir das zonas industriais do concelho de Oliveira de Azeméis para ir para as zonas industriais vizinhas”, garantiu, em declarações ao Correio de Azeméis. 
Relativamente à rede de água e saneamento, Artur Brandão relatou uma situação idêntica à de outros empresários: “Há uns meses abriram rasgos para a água e meteram lá uns tubos, de maneira a que nós pensássemos que ia entrar em obras, mas a verdade é que foi só para enganar porque foi na altura das eleições”.
Por fim, o empresário confessou ao Correio de Azeméis que não compreende o porquê de “a requalificação daquela zona industrial nunca passar do papel” e confessou que a inação da autarquia está a fazer o concelho perder força industrial. “A mim parece-me que o presidente da câmara quer expulsar as indústrias do concelho”, disse. “Neste momento ele só se direciona para a zona industrial de Oliveira de Azeméis e esquece-se que nas restantes freguesias também existem zonas industriais com grande potencial na área do emprego e de faturação. Eu gostava que o presidente olhasse e respeitasse os industriais, porque nós estamos a criar riqueza no concelho, pagamos os nossos impostos e queremos que eles sejam aplicados. Esta requalificação é um adiamento de um trabalho que já devia ter feito há anos”, concluiu o CEO da Alumínios Brandão, Artur Brandão. 

 

Gerente da ‘Sola D’Ouro’ diz que “sobrevive” na zona industrial de Nogueira do Cravo / Pindelo
Em declarações ao Correio de Azeméis, José Silva, gerente da Sola D’Ouro, empresa especializada na produção e comercialização de solas para a indústria do calçado, relatou o estado “degradante” da zona industrial. Para o empresário as condições atuais não são “próprias para dar acessibilidade a empresas que lutam todos os dias por honrar os impostos, tanto com o Estado e com o município”. “Já são 16 anos do mesmo”, referiu. José Silva diz que a câmara leva como “cegos todos os empresários” ao, por exemplo, “tirar uma pequena cratera, colocando pequenos remendos de alcatrão”. O estado da via provoca “vários estragos em viaturas de empregados” e alavancam “críticas desagradáveis”. Segundo o empresário, apenas se “sobrevive” e a  situação “desmotiva qualquer pessoa”.   Quanto à falta de redes de água e saneamento, o gerente referiu que os executivos vêm fazendo “promessas políticas infundadas”, sempre na altura das “campanhas”, já há 16 anos. “Os responsáveis deste município pensem bem nas palavras dirigidas a centenas de pessoas que representam os postos de trabalho desta zona industrial, que não passem a falsas promessas”, concluiu José Silva.

 

“Somos nós que trazemos trabalho e criamos riqueza ao concelho, merecemos mais consideração”
Luís Pinho, CEO da Tormetais, uma empresa que opera no setor automóvel, descreve o estado “lastimável” em que se encontra a zona industrial de Nogueira do Cravo/ Pindelo. Em declarações ao Correio de Azeméis, o empresário referiu que recebem “todos os dias carregamentos e descargas de materiais”, a maior parte deles efetuados por camiões TIR. Dessa forma, os “carros estacionados por todo o lado nas bermas da estrada estreita e as crateras que existem no meio da estrada” tornam “muito difícil” e “embaraçoso” o acesso às empresas. O CEO da Tormetais considera que a proximidade à A32 é um fator que fortalece a zona industrial de Nogueira do Cravo/ Pindelo, mas a falta de condições básicas faz futuros investidores “pensarem duas vezes” antes de se instalarem.
Em relação à falta de rede de água e saneamento, Luís Pinho explicou que, em setembro, “na altura de eleições” ainda teve uma “réstia de esperança”. “A empresa INDAQUA andou a abrir as valas por todo o lado e pensamos nós que era desta, mas afinal mais do mesmo”, referiu. Segundo o CEO, a situação continua igual e piorou “agora com os acessos todos remendados e sem as infraestruturas na mesma”.
Luís Pinho considera que este já é um problema muito antigo, mas que é importante “continuar a chamar à atenção”. “Tendo as nossas zonas industriais requalificadas e com investimento em infraestruturas as nossas empresas só têm a ganhar com isso trazendo mais investimento para a zona e, consequentemente, para o concelho. Somos nós que trazemos trabalho e criamos riqueza ao concelho, merecemos mais consideração”, concluiu o CEO da Tormetais. 

 

Mitjavila vai crescer fora do concelho por falta de condições 
Em declarações ao Correio de Azeméis, Luís Bastos, CEO da Mitjavila, disse que as pequenas intervenções nas vias da zona industrial de Nogueira do Cravo levadas a cabo pela autarquia são “apenas remendos”. À semelhança dos restantes empresários, Luís Bastos relata danos nas viaturas de clientes e colaboradores. “Temos clientes de fora que nos vêm visitar ou buscar mercadorias, e queixam-se sempre do estado das estradas e, às vezes, em tom de brincadeira ainda nos perguntam se pagamos os nossos impostos”, referiu. 
Segundo o CEO da empresa de fundição de alumínio, injeção de liga de zinco, injeção e extrusão de PVC e perfil de alumínio, a falta de condições impede o investimento na zona, pelo que a própria Mitjavila vai crescer fora do concelho de Oliveira de Azeméis, em Vouzela. Luís Bastos deixou, ainda, um conselho à câmara municipal: “Dou um exemplo de um concelho do interior, Vouzela, que têm duas zonas Industriais, Campia e Montecavalo. Seria interessante visitarem, tirarem fotografias e colocarem lado a lado. Acho que aí mostraria bem o mínimo que uma zona industrial necessita”.
Para além da degradação das vias, o empresário referiu a falta de “estacionamento o exterior”, uma vez que o único que existe foi criado pela empresa, as “taxas de lixo”, pelo que as empresas foram “obrigadas a depositar o lixo doméstico nos caixotes” e a câmara municipal “nem sequer disponibilizou esses contentores do lixo”. “Constantemente os camiões a estorvar as entradas para as unidades na ZI de Nogueira do Cravo, sem haver qualquer tipo de organização nem marcações na estrada (…) Os pinheiros em contacto direto com os fios de eletricidade e comunicações. Postes partidos e que não oferecem as devidas condições de segurança”, referiu Luís Bastos.
 

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